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  • Foto do escritorBárbara Guimarães

5 fatores para prevenir doenças mentais e suas razões científicas

Sempre ouvimos falar que isso ou aquilo é muito bom para manter a saúde mental em dia, que não podemos descuidar dessas coisas e que vamos envelhecer com muito mais saúde se seguirmos à risca essas recomendações dos médicos e profissionais da saúde.
A questão é que, nem sempre, somente o conhecimento é capaz de nos impulsionar a encaixar essas atividades no nosso dia a dia. Às vezes, precisamos de uma inspiração maior para que tenhamos força para isso.
O intuito com esse texto é trazer um pouco mais de conhecimento sobre esses pontos, as explicações científicas do porquê é importante e reforçar que, sim, a dedicação a essas 5 fatores vão te levar ao envelhecimento mais saudável, podendo minimizar predisposições genéticas do surgimento de doenças neurodegenerativas e protegendo seu cérebro de desenvolver vários transtornos mentais. Quem sabe esse texto seja mais um incentivo para te fazer aderir a essas atividades.
1. Praticar atividade física regularmente
Esse é um clássico das indicações dos profissionais da saúde. Tanto para as questões da saúde mental, quanto para a saúde do corpo em geral, a atividade física é essencial para regular todas as funções do corpo. Em relação às doenças mentais, seu impacto está diretamente ligado a redução do estresse, da ansiedade e da depressão.
Quando nos exercitamos, nosso corpo libera endorfina, serotonina e dopamina que são neurotransmissores que ajudam a regular o humor e a reduzir a dor. Além disso, o exercício também pode ajudar a melhorar a autoestima e a autoconfiança. E tem impacto direto na melhora da qualidade do sono, outro fator essencial para proteção do cérebro em relação às doenças degenerativas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que os adultos pratiquem pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbica moderadamente ou 75 minutos de atividade física aeróbica vigorosa por semana, distribuídos em pelo menos três dias. Além disso, a OMS recomenda atividades musculares, como levantamento de peso, pelo menos duas vezes por semana. Em relação aos idosos, orienta-se que consulte um médico antes de iniciar qualquer prática para passar por uma avaliação e ter um direcionamento correto das melhores práticas para cada um.

2. Alimentação saudável
Novamente muito associada a saúde física em geral, uma alimentação saudável também tem grande índice de proteção contra doenças mentais. Isso porque é comprovado que uma dieta rica em nutrientes pode ajudar a reduzir a inflamação no cérebro.
Dentre esses nutrientes, os alimentos com melhores resultados nos estudos contêm ômega-3, vitaminas B e D e antioxidantes. Além que, abaixar o consumo de alimentos processados, açúcar e gordura saturada, também contribui para diminuir a inflamação e o desequilíbrio químico no cérebro.
A redução de açúcar no sangue, por exemplo, reduz a fadiga, o que pode ter um bom impacto na manutenção do humor mais positivo, consequentemente, diminuindo a possibilidade de desenvolver depressão e outras doenças relacionadas ao humor.

3. Qualidade de sono
Como falado anteriormente, a atividade física tem um papel importante na melhora da qualidade do sono. E qual a razão desse ponto ser importante? A privação de sono pode afetar a concentração, a memória e o raciocínio lógico. Além que, quando não dormimos o suficiente, o corpo produz menos neurotransmissores que tem ação imprescindível para o equilíbrio emocional.
Aqueles mesmos que aumentamos quando incluímos a atividade física em nossa rotina, diminuem quando não temos uma rotina ruim de sono. Sendo assim, tanto a atividade física, quanto uma boa noite de sono, garantem que a produção de neurotransmissores benéficos para o funcionamento do cérebro se mantenham elevadas.
A quantidade ideal de sono pode variar de pessoa para pessoa, mas se sabe que, para a maioria dos adultos, a média gira em torno de 7 a 9 horas de sono por noite. Considerando que existem pessoas mais “diurnas” e outras mais “noturnas”, precisamos frisar que o mais importante é manter uma regularidade em relação ao horário de dormir e acordar, incluindo aos finais de semana, e definir a quantidade de horas necessária para cada um.
Isso auxilia na adaptação do seu ciclo circadiano que irá trabalhar para que os hormônios do sono sejam liberados nos horários corretos, como também os hormônios responsáveis pelo despertar. Além de garantir que os hormônios que trabalham durante a noite para fazer a “reinicialização” do cérebro e a limpeza do organismo funcionem bem. Melhorando suas funções como um todo e seu humor nos horários que, para você, é mais adequado estar produzindo.

4. Controle de estresse
Aqui trabalhamos com a ideia de que ser exposto a eventos estressantes é algo natural. Por isso precisamos focar muito mais em saber lidar com esses episódios e minimizar o tempo de ação deles no nosso organismo, do que ficar brigando que, de novo, você ficou estressado por qualquer razão. Isso porque, quanto mais tempo o estresse fica “ativo” em nosso corpo, mais será o impacto negativo dele.
A exposição prolongada ao estresse libera excessivamente os hormônios do estresse, como o cortisol e a adrenalina. O excesso de cortisol, por exemplo, pode aumentar a pressão arterial, a frequência cardíaca, influenciar no sistema imunológico, ganho de peso, diminuição da densidade óssea, interrupção do ciclo menstrual, impotência sexual, entre outros. Além disso, o estresse também pode afetar o sono o que, como já sabemos, pode levar a problemas de saúde mental e física a longo prazo.
Visto todos esses aspectos negativos, aprender a lidar com fatores estressores e a autorregular-se quando sentir que o nível de estresse no seu corpo está elevado são fatores primordiais para a manutenção de uma boa qualidade de vida atual e preventivo para o desenvolvimento de doenças futuras.

5. Relacionamentos interpessoais
Por último, mas não menos importante, temos os relacionamentos interpessoais. Você já deve ter ouvido que “somos seres sociais” e foi exatamente essa característica que possibilitou a nossa sobrevivência, adaptação e desenvolvimento na era das pedras até os dias atuais.
Tudo isso porque ter relações positivas, seja com familiares ou amigos, aumenta a sensação de conexão social e redução do estresse – Já temos um link com o item anterior de como podemos melhorar nossos níveis de estresse no dia a dia. Além disso, os relacionamentos saudáveis podem ajudar a melhorar a autoestima e a autoconfiança.
Por outro lado, o isolamento social ou relacionamentos tóxicos podem levar a uma série de problemas de saúde mental, incluindo depressão, ansiedade, fobias sociais etc. E quanto mais nos isolamos, mais intensificamos os problemas acarretados por esse comportamento.

Como fechamento, deixo aqui uma reflexão de que, se observarmos todos os aspectos, a cada passo que você der em relação a um dos 5 pontos citados, mais fácil será modificar o próximo. Se você inicia a atividade física e melhora sua qualidade de sono, fica mais bem-humorado e mais sociável, busca se envolver com atividades mais saudáveis e melhora sua alimentação, o que reduz o estresse.
Com essa linha de pensamento, faz sentido que, por mais difícil que possa parecer, você inicie esse processo de busca pela sua saúde mental. Que aos poucos você vá inserindo esses itens em sua rotina e adaptando-se aos processos e desafios que cada um possa te trazer em especial.
Comece por aquele que você acha mais fácil de todos.

Para que o texto não se estendesse muito, escrevi um outro falando de por onde começar a implementar cada um desses pontos. Você pode acessar clicando aqui. Mas caso você já se perceba com alguma dificuldade e/ou sintoma de depressão ou ansiedade, é importante procurar ajuda profissional para que possamos cuidar desses pontos primeiros para dentro do tratamento incluirmos essas novas atividades.

Bárbara Guimarães
CRP: 04/49.686

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AVACINI, Vitoria Steffenello. O papel da inflamação e a influência da dieta e do ômega 3 na prevenção e no tratamento de quadros depressivos. 2021.
BARBOSA, Barbara Postal. Terapia nutricional na depressão – como nutrir a saúde mental: uma revisão bibliográfica. 2020.
JURENA, MF; CLEARE, AJ; PAPADOPOULOS, AS. Preditores de resposta ao tratamento em depressão. Revista de Psiquiatria Clínica.
HOMENS, Lipp. Como enfrentar o estresse. São Paulo: Contexto. 2000.
OMS. Recomendações globais sobre atividade física para a saúde. 2010.
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